O Curso superior otimiza a conquista de bons empregos, ou é irrelevante?

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Estou sem emprego, pode me ajudar? [Pergunta da colega VM de Diadema]

TEXTO 0108
Estar disponível para o mercado não é sinônimo de ser uma pessoa desocupada ou então cair nas malhas do desespero. Significa entender que mesmo nas situações mais difíceis existem oportunidades que muitas vezes se misturam aos riscos e ameaças e essas oportunidades dificilmente são detectadas quando estamos trabalhando com carteira assinada. Quando uma pessoa recebe o aviso de demissão ela adquire um tempo livre, que é um fator importantíssimo para planejar e organizar a vida, refletir e cultivar bons pensamentos para entender muito do que tem acontecido tomar decisões corretas diante da incerteza e do imprevisto. Este é o momento ideal para afinar suas habilidades naturais.
Esse tempo pode ser utilizado entre outras coisas para retomar antigos contatos através de agendas de anos anteriores onde encontrará números de telefones e e-mails, de pessoas que você já não lembrava mais, além de ampliar o círculo de amizades e a rede de relacionamentos - modernamente chamada de networking. Para isso basta freqüentar igrejas, clubes, sindicato, reunir-se a amigos e parentes e não se envergonhar de expor sua situação atual para todos e, com certeza, encontrará alguém capaz de te ajudar.
Outra maneira bastante inteligente de tornar seu tempo útil é ampliar e explorar os conhecimentos em informática. Os aplicativos Word, Excel e PowerPoint são constituídos de inúmeras ferramentas que a maioria dos usuários desconhecem e quando existe tempo livre para saber mais sobre esses recursos você está se tornando mais qualificada e preparada para o mercado. Lembre também as informações valiosas que obterá na Internet.
Desenvolver o espírito empreendedor é uma excelente opção e talvez a descoberta do pote de ouro no fim do arco-íris para quem busca independência financeira em longo prazo e a oportunidade do negócio próprio.O SEBRAE oferece palestras e cursos (a maioria gratuitos) sobre tudo o que diz respeito a Empreendedorismo, neste aspecto o útil e o agradável caminha de mãos dadas, porque além de aprender muitos conceitos ainda poderá ampliar o networking, já cidado neste texto.
Finalmente minha última dica é a leitura, ou melhor, as leituras. Quanto mais você ler mais preparada irá se sentir para enfrentar os desafios do mercado, como empregada ou como empreendedora, por exemplo, ao redigir um currículo escreverá corretamente, durante uma entrevista ficará mais natural e desembaraçada e ao participar de uma dinâmica demonstrará firmeza nas opiniões. Revistas, Jornais e Notícias da Rede a deixarão atualizada, Livros ampliam seu leque cultural, melhoram seu vocabulário, seu poder de argumentação e de negociação e de sobra ainda te fornece uma melhor visão dos horizontes de mundo e de vida, fatores esses de elevada essência para quem busca uma oportunidade de emprego ou então negociação com futuros e atuais clientes. Ler é sempre importante, lembre sempre disso em qualquer momento, ou seja, disponível ou não para o mercado.
Por isso minha cara colega. Entenda que o momento é para transformar seu tempo livre em excelentes oportunidades. Seus caminhos estão bem iluminados e seu futuro é brilhante.
Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

sexta-feira, janeiro 18, 2008

MELHORAR SEMPRE

Uma boa tradução para kaizen é melhoria contínua (do Japonês, kai = contínuo e zen = melhor; bom estado de espírito) e um bom significado para racionalização é melhorar o que está bom. Podemos então adiantar que, kaizen e racionalização são termos complementares, cuja filosofia é a busca constante por uma melhor qualidade, seja ela de produtos, de serviços, de ambiente e por que não dizer de vida.
Quando nos sujeitamos a melhorar aquilo que precisa ser melhorado e que está ao nosso alcance estamos utilizando (mesmo que de maneira inconsciente) os princípios do kaizen e da racionalização. É comum ao ser humano e é algo que está intrínseco em nosso espírito o desejo de melhorar tudo, porém para que as melhorias aconteçam é necessário que elas venham acompanhadas de mudanças, algumas simples e outras mais complexas, mas em todos os casos é importante nos conscientizarmos para uma frase que diz: “Toda melhoria requer mudança, mas nem toda mudança provoca melhoria” – Isso confirma que algumas mudanças podem também ser fruto de um bom planejamento para que sejam úteis e aplicáveis no sentido de produzir as melhorias desejadas.
Há algumas mudanças que dependem exclusivamente de nós para que elas aconteçam, como cultivar os cuidados com saúde e hábitos alimentares, dormir bem, praticar a tolerância e o perdão, melhorar o vocabulário através de boas leituras, visitar enfermos, lares de crianças, de idosos, reunir amigos para ouvir músicas, aprender a dançar e tocar instrumentos, eliminar ou diminuir dívidas, apenas para ficar em alguns exemplos que afetarão de forma lenta ou rápida os rumos de nossas vidas.
Outras mudanças, porém, nos fazem sentir impotentes diante de seus tamanhos e complexidade. Por exemplo, todos nós, ou pelo menos a maioria de nós, aspiramos por um mundo mais limpo, com mais respeito mútuo, sem violência, sem poluição de nenhum tipo, com pessoas alegres e saudáveis e tudo o mais de excelente que nossa imaginação puder conceber. Aí vêm algumas dúvidas que não calam:
É possível um mísero mortal fazer alguma coisa para melhorar algum desses aspectos?
Mesmo juntos podemos fazer alguma coisa para melhorar o mundo?
Mudar para melhorar apenas a mim e ao ambiente em que vivo, não é um pensamento muito mesquinho, ou será então, pensar pequeno?
Tudo isso é muito complexo e nos conduz a reflexões mais profundas e a única certeza que temos é que as coisas mudam e devemos estar preparados para enfrentar o novo e tirar bom proveito disso. Um bom começo é abandonar velhos hábitos e nos libertar de vícios e preconceitos que mais atrapalham do que ajudam nossa constante busca por melhorias. A ciência e a tecnologia avançam tão rapidamente que é quase impossível reunir fôlego para acompanhar de perto esses avanços. Mas, para mudar é preciso ter coragem. Penso que mesmo as pessoas notáveis, como Madre Tereza de Calcutá, Mahatma Gandhi, Irmã Dulce, Chico Xavier, Martin Luther King e outros que vieram ao mundo e produziram excelentes mudanças para melhor, em alguns momentos também se sentiram frágeis, mesmo assim foram corajosos e nunca, ou quase nunca, se acovardaram diante de obstáculos e desafios. O líder negro norte americano Luther King, disse um dia que tinha um sonho (I have a dream...): “Eu tenho um sonho, e neste sonho vejo crianças negras e brancas andando de mãos dadas pelas colinas da Geórgia”. Mesmo não tendo vivido o suficiente para ver seu sonho realizado ele conseguiu ao menos plantar a importante semente que se não eliminou de vez o preconceito racial fez com que as pessoas, independente da cor de suas peles, passassem a ser mais respeitadas entre si.
Diante dessas reminiscências penso que é impossível mudar o mundo ou as coisas do mundo se antes não mudarmos a nós mesmos. E quando começar? Agora, para nunca mais parar, Melhorar hoje e sempre. Como está confirmado no Kaizen e na racionalização.
Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

quinta-feira, janeiro 17, 2008

O FASCINANTE UNIVERSO DE CAISSA

Amigas e amigos leitores, se você souber jogar xadrez pratique mais e se você não souber procure aprender. Gostaria de não iniciar esse texto aconselhando de maneira tão imperativa faço-o, porém por entender o quão importante é aprender, aprimorar e aprofundar-se nesse belo esporte-ciência chamado xadrez. Mas qual é a magia envolvente que se encontra nas sessenta e quatro casinhas do tabuleiro de xadrez?
Na verdade o xadrez é muito, mas muito mais daquilo que pode ser chamado de um simples jogo. Ele reúne um conjunto de regras e conceitos que vai muito além do quadro limitado pelo tabuleiro. Digo que é a reunião de história, ciência, arte, filosofia, lógica, competição, desafio e acima de tudo isso a estratégia. Vamos aos fatos.
Xadrez é história porque existem diversas versões sobre sua origem tanto no tempo quanto no espaço. A hipótese que mais se aproxima da veracidade remonta a Índia medieval, por volta do século VI d.C. Era conhecido nesse país como o jogo do exército ou Chaturanga. Depois se espalhou pela China, Pérsia e Europa. Os árabes conhecidos como exímios matemáticos estudaram o jogo com profundidade e escreveram diversos tratados além de criar suas primeiras regras. Há também uma evidência muito mais antiga sobre o jogo, trata-se de uma pintura mural existente em uma câmara mortuária nos arredores da pirâmide de Gizé, no Egito, que representa duas pessoas jogando xadrez há aproximadamente 3000 anos antes da era Cristã, eis as controvérsias da gênese do xadrez.
Seria agressivo ou mesmo impróprio considerar o xadrez como ciência? Este é um questionamento que faço ao meu nobre mestre e melhor jogador de xadrez que conheço no momento – MESTRE WILIAN GATTI, conhecido nos bastidores enxadrísticos como “O lince dos tabuleiros” porque enxerga longe e ataca no momento certo, grande Wilian. Vejamos a informação que extrai da revista ÈPOCA NA ESCOLA de julho de 2006:
No primeiro lance da partida, o jogador tem 20 opções para escolher. Logo depois da abertura, há uma média de 35 possibilidades para cada jogador. No lance seguinte, o número de lances chega a 12025. Para a próxima jogada, há 1,5 milhão de lances possíveis. Três jogadas depois há 1,8 bilhão de possibilidades. Diante da evidência desses números peço que se juntem ao mestre Wilian e respondam à pergunta que está no início deste parágrafo.
Xadrez é filosofia, pois tem o poder de desafiar os limites e potenciais da sabedoria, do exercício da concentração e da paciência além de fazer com que seus adeptos aprendam a pensar melhor. Isso não implica dizer que quem joga xadrez é ou fica mais inteligente.
Xadrez é arte, pois quem o pratica com regularidade aprende a desenvolver a movimentação das 32 peças sobre as casas do tabuleiro com a elegância de um pintor a criar seus quadros e com a autoridade de um maestro a reger sua orquestra. Além, é claro, de observar que ali no tabuleiro pode-se assistir a espetáculos muitas vezes comparados à peças teatrais e chegar à conclusão de que “a vida realmente imita a arte e não o inverso”.
Finalmente afirmo que xadrez é estratégia – do grego strategus (general) e isso fica bastante evidente por se tratar de um jogo que tem objetivo definido e propósito firme de abater o Rei adversário. Para tal empreita é necessário criar os caminhos e meandros que implica necessariamente na captura das peças inimigas com vistas à vantagem material e também a ocupação das melhores casas com vistas à vantagem posicional. Planejamento Estratégico e Tático contido nos fundamentos enxadrísticos faz com que os praticantes aprendam e reaprendam a tomar decisões sábias na presença da incerteza com a finalidade de evitar erros e falhas. Não é exatamente o que aprendemos em Administração de Empresas e também no cotidiano de nossas vidas?
Mas não apenas com a administração o xadrez se relaciona diretamente. Ele está presente em Logística, Segurança, Negócios e Finanças, Gestão de Pessoas, todos os outros Esportes, Política, Marketing – Principalmente o Marketing de Posicionamento que trata do estudo direto do mercado e a ação da concorrência, educação e finalmente com a área do conhecimento que mais se desenvolveu nas últimas décadas, a INFORMÁTICA. Depois da famosa derrota do Grande Mestre Internacional Garri Kasparov para o computador da IBM, o Deep Blue, na cidade de Nova York em 1997, estabeleceu-se aí uma espécie de divisor de águas na história do xadrez, pois os cientistas criaram essa monstruosa máquina capaz de analisar duzentos milhões de posições por segundo. Lá se vão dez anos que informática e xadrez continuam trabalhando unidos para ampliar ainda mais os limites desse fascinante jogo. Com o respeito que ciência da computação merece e por tudo que ela fez e nos faz de bom, ainda assim prefiro praticar o xadrez da maneira clássica e porque não dizer primitiva, aquela tradicional em que duas personagens de carne, osso e principalmente neurônios (e não chips) ficam separadas pela mesa, o tabuleiro, os dois Reis, as duas Damas, os Bispos, Cavalos e Torres – quatro de cada, juntamente com os valentes soldados, conhecidos como Peões 8 brancos e 8 pretos, esses últimos personagens são os únicos passíveis de promoção - A vida também tem dessas, quem menos se espera pode ser promovido até a presidente.
Diante de tais reminiscências senti um desejo de desafiar qualquer um que lê esse texto a disputar uma partida de xadrez comigo. Exceção feita somente ao mestre Wilian – Citado anteriormente O LINCE DOS TABULEIROS, esse eu não me atrevo a desafiar, limito-me a convidá-lo para uma partida onde tenho certeza que ganharei muita experiência.
Em tempo:
1º - Caissa é o nome da personagem citada no título deste texto. Falemos um pouco sobre ela. Todo enxadrista sabe que Caissa é a musa do Xadrez, porém o xadrez surgiu muito antes que Caissa, porque esta deusa não é da mitologia grega, nem romana. Um jovem inglês de 17 anos, Willian Jones, escreveu em 1763 o poema Caissa ou o jogo de xadrez, onde ganhou vida esta ninfa encantadora, que promete a Marte corresponder-lhe se este inventasse um jogo sugestivo. Por aquela ninfa do bosque, segundo o poema, Marte, deus romano da guerra, concebe o xadrez e o apresenta com o nome de Caissa. Hoje, Caissa é uma forma poética de se dizer xadrez.
2º -: Resolvi escrever esse texto por um motivo bastante trivial. Até a semana passada eu fui professor de xadrez para crianças e adolescentes de ensino fundamental, educação infantil e Alunos com Necessidades Especiais. Apesar de não ter formado um único campeão ou campeã no sentido literal da palavra, ou seja, que conquista troféus, medalhas, etc, um fato desta época ficará registrado em minha memória e aqui o transcrevo: Fazia parte do grupo de Necessidades Especiais uma aluna portadora de Síndrome de Down que aprendeu a colocar as peças corretamente no lugar para iniciar a partida, isso parece pouco à vista da maioria dos humanos, mas para ela percebi que foi uma das maiores vitórias conquistadas em sua vida de dezenove anos. Somente superada momentos mais tarde quando ela executou corretamente o movimento do cavalo por diversas vezes e finalmente acrescentou que o cavalo é a peça mais interessante do tabuleiro, isso porque se movimenta em L e é a única que pode passar sobre as demais.
Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

ERRAR FAZ PARTE

Quando pergunto às crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental por que vêm à escola, as respostas rápidas, precisas e previsíveis vem em uníssono.
- Para aprender!
Então os provoco novamente:
- Mas é só na escola que podemos aprender?
Aí a resposta já não é tão homogênea como a da pergunta anterior. Mesmo assim a maioria concorda que todos podem aprender, e muito, além dos muros e paredes escolares, porém com uma diferença – na vida erramos e na escola proíbem-nos de errar.
Reconheço o importante papel que a escola exerce no sentido de exigir o melhor de seus aprendizes, porém questiono a eficácia dos métodos tradicionais de ensino em que os erros são punidos, os professores são os ativos elementos faladores e os alunos passivos receptores das mensagens, cujas aplicações práticas são quase sempre ignoradas e não produzem a desejada eficácia pedagógica.
Errar na tentativa de acertar deveria ser um processo mais incentivado e estimulado por nós educadores. Valorizar o erro é diferente de induzir ao erro, portanto não devemos confundir os dois termos. Induzir ao erro significa ensinar errado enquanto valorizar o erro significa confirmar e reforçar as verves populares que dizem que é errando que se aprende, só erra quem faz e aprendi com meus próprios erros. Na vida o ser humano aprende errando. A criança que começa a andar, após a fase de engatinhar, cai e precisa cair bastante para aprender a andar corretamente. Mesmo o mais hábil ciclista também tomou seus tombos quando aprendia a pedalar sua primeira bicicleta. Artistas, esportistas, políticos e profissionais dos mais diversos segmentos aprendem e muito com seus próprios erros, todos nós erramos em busca do esperado acerto porque somos humanos e pertencemos a única classe de seres vivos que tem o “privilégio” de errar.
O ensino fundamentado em projetos faz com que aluno aprenda fazendo e errando, exatamente porque ele tem que buscar as pesquisas em livros, internet, perguntando para outras pessoas, desenvolvendo trabalho de campo, lendo, interpretando, experimentando e, é claro – ERRANDO.
Trabalhar com projetos significa também errar junto com os companheiros de equipe e o fato de trabalhar em equipe já demonstra que o isolamento é um erro corporativo que não produz liderança nem sinergia, ingredientes essenciais para o bom desempenho profissional e também para se sobressair das mais inusitadas e complicadas situações cotidianas.
Quando orientamos nossos educandos a elaborar e desenvolver projetos, na verdade estamos dando a eles a feliz oportunidade de movimentar os neurônios e verificar que os erros cometidos servirão como exemplos para aquilo que não deveria ter sido feito e também para visualizar a aplicação de toda a teoria exigida nos conteúdos programáticos das disciplinas.
Valorizar o ensino baseado em projetos significa desafiar a capacidade do aluno estimulando-o a utilizar o raciocínio em detrimento da ridícula “decoreba”. Quando o aluno encara um projeto com todas as suas forças ele aprende fazendo e gosta de se empenhar e desempenhar para entregar o melhor modelo de produto que seus cérebros podem conceber.
Ao ler e comentar o escopo de um projeto com prazos e diretrizes motivamos os alunos a pensar bem e pensar melhor. Mesmo assim um turbilhão de dúvidas paira sobre suas cabeças. Nesse momento é maravilhoso perguntar:
- Querem uma última e preciosa dica?
Então vários olhares brilhantes irão nos contemplar. E solto a minha expressão favorita:
- SE VIRA! ! ! ! !
Depois disso é só aguardar os resultados - e que resultados, fruto de inspiração e muito potencial que se resguardara por vezes em longos períodos e quando chegam os resultados, vêm recheados de ótimas surpresas e não raro, proporcionando boas emoções.

Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE

Procurei e não encontrei a palavra fidelização no dicionário, então me contentei com fidelidade, explicada como um substantivo feminino, sinônimo de lealdade, firmeza, exatidão e probidade, termos esses bastante simpáticos.
Em administração de marketing é comum o termo fidelização do cliente para designar o trabalho estratégico que é realizado no sentido de manter o cliente fiel a determinado produto, serviço ou marca, seja ela institucional (empresa) ou promocional (produto).
Se aprovarmos um bom atendimento recebido em uma loja, estacionamento ou posto de combustíveis, apenas para ficar com três exemplos, é bem provável que voltemos a esses estabelecimentos pelo fato de nos sentirmos bem com o bom atendimento, isso pode ser traduzido como fidelização.
Se um produto ou serviço é capaz de atender aos anseios do consumidor no sentido de preencher suas necessidades e desejos imediatos, sempre que o cliente precisar então este sempre voltará para resolver seus problemas de forma imediata. Isto também é fidelização.
Quando resolvi escrever esse texto ocorreu-me uma história que li alguns anos atrás (e que naturalmente não é de minha autoria) sobre um pequeno jardineiro e que transmito aos prezados leitores contando com o auxílio de minha memória, pois não tenho o texto original em mãos.
Um menino ofereceu a uma senhora, esposa de um executivo de marketing, seus serviços de jardinagem. Apesar da pouca idade demonstrada pela fisionomia do rapazinho a mulher resolveu aceitar a oferta, até por entender que seu jardim há muito tempo precisava de uma boa geral. Ambos acordaram então o preço de 10 dólares pela entrega completa do serviço.
Algumas horas mais tarde a dona da casa precisou se ausentar deixando o jardineiro a realizar seu trabalho com muito esmero. Avisou ao jovem que seu marido chegaria logo e que acertaria seu pagamento.
Quando o executivo chegou à sua casa teve uma agradável surpresa proporcionada pelo aspecto agradável do jardim bem arrumado com combinações de plantas e flores até então nunca verificados e também pela brilhante transformação do quintal após um bom período sem maiores cuidados.
A outra surpresa que o proprietário da casa teve foi com o tamanho do rapaz que, em seu entender, deveria estar na escola e não trabalhando.
- Parabéns pelo brilhante trabalho jovem. Minha esposa já me comunicou sobre o pagamento que devo lhe fazer. Além disso, você precisa de mais alguma coisa?
- Sim, respondeu o garoto, é possível usar seu telefone para uma ligação bem rápida?
- Com certeza! Afirmou o executivo, porém meu aparelho está com um defeito e só funciona com a viva-voz.
- Tudo bem, não há motivos para esconder o que vou falar ao telefone.
Quando o jovem jardineiro discou o número desejado foi atendido pela voz de uma senhora e aí o executivo teve a oportunidade de ouvir o que se passou.
- Boa Tarde senhora. Ao passar por sua casa notei que seu jardim já precisa de novos cuidados. Sou um bom jardineiro e esta ligação é para oferecer meus serviços.
- Muito obrigada, respondeu a voz do outro lado da linha, mas já tem um ótimo jardineiro que trabalha para mim sempre que preciso.
- Mas eu lavo seu quintal e calçada, enrolo e guardo cuidadosamente as mangueiras, além de lubrificar e guardar as ferramentas e outros materiais em seus devidos lugares.
- Isso tudo meu jardineiro também faz e muito bem feito.
- Tenho certeza que consigo terminar meu serviço mais rápido do que seu atual jardineiro.
- Também afirmo que nunca conheci alguém que trabalha tão rápido e de maneira tão correta quanto meu jardineiro.
O rapaz não se dando por vencido tentou mais uma vez:
- Senhora, apesar de todas essas boas qualidades do jardineiro que trabalha em sua casa, tenho certeza que meu preço é mais barato.
- Impossível, respondeu a senhora, ele faz tudo que te falei e o preço que cobra é bem baixo. Ele é realmente o melhor jardineiro que conheci em toda a minha vida.
Ao ouvir a última frase o rapaz agradeceu, desejou felicidades para a mulher e seu jardineiro e então colocou o aparelho no gancho, pondo fim ao diálogo que fora curiosamente acompanhado pelo executivo em todos os detalhes e que assim se expressou:
- Mas meu rapaz você acaba de perder uma cliente.
- Eu não perdi a cliente. Eu sou o jardineiro dela.
O homem muito satisfeito entregou 20 dólares ao rapaz que também ficou satisfeito. Dez dólares pelo serviço e mais 10 por manter a fidelidade do cliente.
Com essa simples historinha fica fácil compreender o que é a fidelização do cliente.

Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

EMBALAGEM – O PODER DA SEDUÇÃO

“... mas beleza é fundamental” Vinícius de Moraes [1913-1980]
Reza o famoso clichê que uma única imagem vale mais que mil palavras. Façamos um teste bem simples para comprovar sua veracidade: Bombom Sonho de Valsa, Leite Moça, Pó Royal, Yakult, Bombril, Catupiry e Café Pilão. Citamos aqui sete marcas de produtos que conquistaram o status de top of mind – a primeira que vem à mente, em uma tradução livre.Tenho quase certeza que ao ler seus nomes, o leitor “desenhou” em sua mente a imagem dessas marcas devida, sobretudo ao trabalho de design associado às suas embalagens, pois as embalagens que envolvem os produtos são frutos de muitos anos de trabalho e experiência, tanto técnica como também científica para, entre outros aspectos, elevar o volume de vendas desses produtos. Para se ter uma idéia do quanto a embalagem cumpre, e muito bem, essa função escrevo aqui um dado comprovado por estudiosos especializados no comportamento do consumidor. Diz esse estudo que um consumidor leva entre três e seis segundos em média para tomar a decisão de escolha entre duas ou mais marcas de um mesmo produto que estão localizados próximo em uma gôndola de supermercado, tempo medidos do momento em que se avista o produto até o seu deslocamento da prateleira para o carrinho e 81% das decisões de compras no Brasil são feitas no ponto-de-venda, conforme pesquisa feita pelo site americano Popi. É nesse ponto que o reconhecimento e a atratividade da imagem da embalagem é capaz de, como se diz na gíria, fazer a cabeça do comprador, afinal a embalagem é conhecida como “o vendedor silencioso” justamente por ajudar a vender o produto como já foi citado aqui. Existe, entretanto, outros aspectos que diz respeito à embalagem do produto digno de comentários. São os aspectos associados a marketing, também conhecidos como mercadológicos e aspectos associados à logística e conhecidos como aspectos técnicos da embalagem. Entre os aspectos logísticos ou técnicos lembramos aqui vários deles que tem sido objeto de estudos ao longo de muito tempo.
1- Facilitar o uso: Não basta apenas o invólucro ter beleza e chamar a atenção do consumidor se este não puder utilizá-lo com facilidade, rapidez e comodidade. Vamos a dois exemplos, um deles é aquela argola metálica introduzida nas latas de extrato de tomate e ervilhas para dispensar o uso do abridor de latas e o outro exemplo é as tampas das garrafas descartáveis que também dispensa o uso do abridor, nesse caso de garrafas. Vale lembrar aqui as tampas flip-top, utilizadas em xampus que não precisam ser desrosqueadas para abrir, do tipo hands-off (sem o auxílio das mãos, ou com o mínimo uso delas).
2- Facilitar o transporte: Tanto em relação à redução do tamanho como a facilidade de transportes dos produtos com alças em embalagens e outros acessórios.
3- Facilitar o armazenamento: Caixas de bombons, sacos de feijão, arroz e café, são bons exemplos de embalagens que facilitam o armazenamento devido às suas características físicas que proporcionam um melhor acondicionamento do produto.
4- Proteger o produto: É importante ressaltar que esse aspecto diz respeito tanto à proteção da ação de bactérias e outros microorganismos como também a ação humana inescrupulosa, do tipo rasgar o saquinho. O celofane que envolve a embalagem é utilizado para cumprir a função de inviolabilidade do produto.
Dentre os aspectos com característica mercadológica ou ligada a marketing, são esses muito mais profundos e envolve, trabalho de equipe com muita pesquisa e tecnologia apropriadas exatamente para despertar a atenção de clientes e consumidores, que na maioria dos casos é a mesma personagem. Destaco neste texto alguns desses aspectos, além do já citado vendedor silencioso que é o principal entre todos os mercadológicos.
1- Despertar a atenção: Quando os técnicos da Nestlé decidiram pela mudança do design da embalagem do Leite Moça foi justamente para provocar o efeito diferencial na linearidade existente entre as marcas concorrentes, estratégia essa utilizada para confundir a cabeça do consumidor no momento da escolha do produto. Lembro que quase todas as empresas trabalham bem esse aspecto de despertar a atenção e os fabricantes de medicamentos, perfume e cosméticos são bastante criativos para esses critérios, inclusive de personalizar a embalagem.
2- Reutilização da embalagem: Copos de requeijão, Vidros de maionese e latas de panetone para ficar apenas nesses exemplos.
3- Orientação de uso: Também ligado às questões mercadológicas devido ao fato que muitos compradores decidem pelos produtos que trazem explicações de utilização contidas no rótulo de suas embalagens.
4- Informações adicionais e obrigatórias: Algumas informações como prazo de validade, composição química, alertas do tipo “manter longe do alcance de crianças”, são imposições legais e, portanto obrigatórias na fabricação da embalagem, já receitas culinárias, curiosidades, históricos e outras informações são consideradas adicionais pelo fato de despertar o desejo de adquirir mais a embalagem do que o produto em si, fato esse que ocorre com bastante freqüência.
5- Objeto de coleção: Embalagens de cigarro, latas de cerveja e até invólucros de bala e gomas de mascar são adquiridas por colecionadores e de certa forma ajudam a manter viva a imagem da marca do produto associada à sua embalagem.
Para finalizar esse texto apresento aqui algumas informações que extraí do caderno “Negócios & Oportunidades” publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, editado no domingo, 18 de março de 2007:
A produção da indústria de embalagens movimentou em 2006, valor próximo a 30 bilhões de reais, sendo R$ 672 milhões com madeira, R$ 8,8 bilhões com papel e papelão, R$ 10,05 bilhões com plástico, R$ 2,10 bilhões com vidro e R$ 6,8 bilhões com metal.
O caderno que faço referência traz ainda a opinião do especialista no assunto, professor Paulo Carramenha, de comportamento do consumidor da ESPM:
“A embalagem deve produzir o impacto da visibilidade e precisa se destacar no ponto-de-venda ao invés de ser apenas mais uma. [...] Comunicar os benefícios operacionais e emocionais da marca. Operacionais são as virtudes práticas e emocionais são itens que tocam a sensibilidade, o coração do consumidor, que podem ser lembranças, reminiscências ou sentimentos atuais. [ ...] Uma embalagem de bolinho de chuva traz o desenho de uma cestinha, com os doces pulverizados de açúcar – esse desenho lembra os bolinhos que a avó fazia”.
Sítios consultados: www.abre.org.br; www.senai.com.br; www.fapesp.br; www.espm.br.
Em tempo: Quem leu é porque se interessou pelo que acaba de ler e quero acrescentar que quando comecei a escrever esses textos, no início só escrevia sobre marketing e logística, disciplinas que leciono já faz algum tempo. Obrigado pela atenção e paciência.

Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

Educar as Crianças

O grande sábio grego Pitágoras disse que é preciso educar os meninos e assim não será necessário castigar aos homens e nessa mesma linha de raciocínio há um provérbio bíblico que diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” [provérbios 22,6]. A sabedoria dessas duas máximas milenares poderia muito bem ser empregada na sociedade brasileira atual quando notamos um evidente quadro de inversão de valores e responsabilidade no que tange a educação e o ensino, pois a maioria de pais e mães e, quando digo a maioria refiro-me à quase todas as famílias brasileiras que têm filhos em idade escolar, transferiram às escolas e professores o sagrado, divino e maravilhoso dever de educar seus filhos. Basta educar a criança antes mesmo que ela comece a ensaiar seus primeiros passos e muitos problemas de indisciplina e má-conduta poderiam ser evitados desde os primeiros dias de escola até a formação escolar completa do indivíduo – da educação infantil até a colação em grau superior, entendendo que em todos os níveis de ensino há casos de alunos que trazem esses problemas citados. Quando o assunto é educação infantil, alguns entendidos afirmam que esse processo deve ser iniciado ainda na fase intra-uterina, de maneira que a mãe se comunique mentalmente com o filho que está sendo gerado em seu ventre, através de orações ou bons pensamentos, pois pensamento é vida e desejo daquilo que se pretende concretizar. O motivo que despertou meu interesse em escrever esse texto foi um triste episódio ocorrido na última quarta-feira em uma classe de Gestão em Segurança Empresarial, ou seja, com alunos de ensino superior e que relato aqui junto com os casos de dois outros colegas professores que vivenciaram situações constrangedoras de falta de educação no exercício do magistério.
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CASO I. EU EM UMA FACULDADE NA CAPITAL PAULISTA:
Começava a última das três aulas de Administração na noite de quarta-feira e para complementar o trabalho naquele dia resolvi passar um filme técnico denominado “Se eu fosse você”, cujo teor em seus 16 minutos mostra a relação cliente-fornecedor alertando que todo fornecedor precisa saber se colocar no lugar de seus clientes. Pelo tema do filme fica fácil entender que minha intenção não foi enrolar ou preencher o tempo da aula, mas tive um propósito e um objetivo didático e técnico bem definido ao optar pelo referido recurso que foi seguido de um bom debate entre os alunos, entre os alunos que ficaram naturalmente, pois dois que pertencem ao grupo assinaram a lista de presença e tão logo as luzes se apagaram saíram da sala de maneira desrespeitosa e debochada sem pedir licença ou dar o mínimo de satisfação – falta educação de berço. Lamento sinceramente a atitude desses dois rapazes e levanto aqui uma questão importante: Será que em seus locais de trabalho esses dois alunos agem da mesma maneira que agiram na ocasião que aqui relato?
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CASO II. PROFESSORA VALÉRIA EM UMA CLASSE DA 5ª SÉRIE NUMA ESCOLA ESTADUAL DO ENSINO FUNDAMENTAL EM DIADEMA:
Terminara o intervalo de aulas e a professora Valéria ainda no corredor ouviu um grande rumor de carteiras se arrebentando que vinha de dentro da sala aonde se dirigia, apressou o passo e conseguiu através de um grito, o único recurso disponível naquele momento, interromper a ação de dois garotos que brincavam de lutas, semelhantes àquelas que eles vêm em desenhos animados e outros seriados televisivos, utilizando as carteiras escolares. Os meninos ainda tentaram se justificar, mas a professora os levou à diretoria da escola e os dois receberam suspensão de alguns dias de aulas como punição por suas atitudes ridículas.
Menos de uma semana após esse ocorrido a professora Valéria é intimada a comparecer na delegacia da cidade para assinar ao boletim de ocorrência solicitado pela mãe de um dos garotos malcriados. O triste da história foi saber que essa mãe também é professora. Esse é um pedacinho do retrato da sociedade brasileira que reclama dos políticos e da violência sem se questionar se esses políticos e os violentos de agora são ou não frutos de seu ventre.
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CASO III. PROFESSOR MARCOS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL.
Dois alunos do professor acabavam de consumir um cigarro de maconha antes de entrar no laboratório de informática e o professor preferiu conversar com os dois jovens evitando que eles utilizassem os computadores. Na reunião entre pais e professores da escola o professor Marcos teve contato com as mães dos dois e as orientou sobre a necessidade de estreitar o diálogo em casa com seus filhos. Elas então quiseram saber o motivo daquele conselho. O professor Marcos tentou evitar ao máximo adentrar o mérito da questão das drogas, mas não teve jeito e abriu o jogo. Igualmente ocorreu no caso anterior com a professora Valéria, meu amigo Marcos também teve sua presença solicitada na delegacia pelo mesmo motivo. Afinal de contas Valéria e Marcos vocês são pagos para ensinar e não para educar, isso deveria ter sido feito pelos pais e em casa, desde a época em que os pimpolhos ainda não arrebentavam patrimônio público ou se deliciavam com drogas que constroem a violência.
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Quero lembrar aos hipócritas de plantão que professor ao dar aulas está trabalhando e com seriedade, ao contrário do que pensa a maioria de nossa sociedade ao nos perguntar de forma ridícula e estúpida se trabalhamos ou só damos aulas. Trabalhamos sim senhoras e senhores pais, mães e responsáveis (será que são mesmo?) e aqueles entre nós que optaram apenas pelo magistério como atividade, entre os quais me encontro com muito amor e satisfação diga-se de passagem, têm suas atividade mentais intensas para preparar e levar o melhor em termos de qualidade de ensino e também de educação para os filhos que vocês não educaram com a eficácia necessária e nos entregam como se fôssemos milagreiros.
Acrescento ainda que se estivesse no lugar dos pais que abriram boletim de ocorrência contra meus dois colegas, primeiro que isso não aconteceria e ao invés de puni-los com um B.O. eu iria agradecer e transformar meu contato numa amizade sincera e talvez duradoura.
É claro que esse texto vem com um tom de desabafo, mesmo entendendo que falar de educação e bons modos em um país onde se valoriza mais jogador de futebol, dançarinas de axé, cantores de funk e personagens de programa reality-show do que pessoas que querem melhorar a qualidade de vida e o futuro da nação são como clamar no deserto ou falar para as pedras. Mesmo assim acredito em Pitágoras (571 a.C. – 497 a.C.) - “EDUQUEM OS MENINOS E NÃO SERÁ PRECISO CASTIGAR OS HOMENS”. Um dia o povo acorda.

Santo André, 21 de abril de 2007.