O Curso superior otimiza a conquista de bons empregos, ou é irrelevante?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

ERRAR FAZ PARTE

Quando pergunto às crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental por que vêm à escola, as respostas rápidas, precisas e previsíveis vem em uníssono.
- Para aprender!
Então os provoco novamente:
- Mas é só na escola que podemos aprender?
Aí a resposta já não é tão homogênea como a da pergunta anterior. Mesmo assim a maioria concorda que todos podem aprender, e muito, além dos muros e paredes escolares, porém com uma diferença – na vida erramos e na escola proíbem-nos de errar.
Reconheço o importante papel que a escola exerce no sentido de exigir o melhor de seus aprendizes, porém questiono a eficácia dos métodos tradicionais de ensino em que os erros são punidos, os professores são os ativos elementos faladores e os alunos passivos receptores das mensagens, cujas aplicações práticas são quase sempre ignoradas e não produzem a desejada eficácia pedagógica.
Errar na tentativa de acertar deveria ser um processo mais incentivado e estimulado por nós educadores. Valorizar o erro é diferente de induzir ao erro, portanto não devemos confundir os dois termos. Induzir ao erro significa ensinar errado enquanto valorizar o erro significa confirmar e reforçar as verves populares que dizem que é errando que se aprende, só erra quem faz e aprendi com meus próprios erros. Na vida o ser humano aprende errando. A criança que começa a andar, após a fase de engatinhar, cai e precisa cair bastante para aprender a andar corretamente. Mesmo o mais hábil ciclista também tomou seus tombos quando aprendia a pedalar sua primeira bicicleta. Artistas, esportistas, políticos e profissionais dos mais diversos segmentos aprendem e muito com seus próprios erros, todos nós erramos em busca do esperado acerto porque somos humanos e pertencemos a única classe de seres vivos que tem o “privilégio” de errar.
O ensino fundamentado em projetos faz com que aluno aprenda fazendo e errando, exatamente porque ele tem que buscar as pesquisas em livros, internet, perguntando para outras pessoas, desenvolvendo trabalho de campo, lendo, interpretando, experimentando e, é claro – ERRANDO.
Trabalhar com projetos significa também errar junto com os companheiros de equipe e o fato de trabalhar em equipe já demonstra que o isolamento é um erro corporativo que não produz liderança nem sinergia, ingredientes essenciais para o bom desempenho profissional e também para se sobressair das mais inusitadas e complicadas situações cotidianas.
Quando orientamos nossos educandos a elaborar e desenvolver projetos, na verdade estamos dando a eles a feliz oportunidade de movimentar os neurônios e verificar que os erros cometidos servirão como exemplos para aquilo que não deveria ter sido feito e também para visualizar a aplicação de toda a teoria exigida nos conteúdos programáticos das disciplinas.
Valorizar o ensino baseado em projetos significa desafiar a capacidade do aluno estimulando-o a utilizar o raciocínio em detrimento da ridícula “decoreba”. Quando o aluno encara um projeto com todas as suas forças ele aprende fazendo e gosta de se empenhar e desempenhar para entregar o melhor modelo de produto que seus cérebros podem conceber.
Ao ler e comentar o escopo de um projeto com prazos e diretrizes motivamos os alunos a pensar bem e pensar melhor. Mesmo assim um turbilhão de dúvidas paira sobre suas cabeças. Nesse momento é maravilhoso perguntar:
- Querem uma última e preciosa dica?
Então vários olhares brilhantes irão nos contemplar. E solto a minha expressão favorita:
- SE VIRA! ! ! ! !
Depois disso é só aguardar os resultados - e que resultados, fruto de inspiração e muito potencial que se resguardara por vezes em longos períodos e quando chegam os resultados, vêm recheados de ótimas surpresas e não raro, proporcionando boas emoções.

Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

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