O Curso superior otimiza a conquista de bons empregos, ou é irrelevante?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

A mãe Maria

Queridas Mães recebam essa humilde homenagem que dedico a todas vocês: A todas as mães, à mãe que é minha esposa, à mãe que é minha filha, às mães que são minhas irmãs, primas, tias, cunhadas e sobrinhas. Às mães que são professoras e trabalhadoras de uma maneira geral, às mãezinhas que são minhas alunas e colegas de trabalho, parabéns a todas vocês e também às mães dos políticos e árbitros de desportos, tão mal lembradas por muitas pessoas, recebam meu carinho sincero. Aproveito para lembrar das mães que sofrem a perda, ausência ou separação de seus filhos por motivos de doença, prisão ou porque já não mais se encontram entre nós. Lembro ainda das que serão mães e das que foram nos últimos dias, como é o caso da Adriana, mãe do Diego nascido no último primeiro de maio e da Nídia, mãe do Rafael que chegou ontem. Há ainda uma outra mãe que eu ganhei na vida, a Dona Maria Aparecida, minha querida sogra, mais mãe do que sogra obviamente e que eu considero com todo carinho como minha mãe negra e linda, além dos onze filhos que teve eu a “adotei” como mãe. Finalmente lembro aqui as mães bíblicas Eva, Sarah, Rebeca, Raquel, Lia, Agar, Isabel a mãe de João Batista e Maria de Nazareth, menina que Deus amou e escolheu para ser a mãe de Jesus, nosso mestre e salvador – “... Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!” [Lucas 1;42]. E se todas as que foram mencionadas até agora são dignas do mais profundo respeito, lembro a partir desse momento de uma, cujos sentimentos de minha parte vão além do respeito e admiração, essa não merece apenas um texto, sua trajetória de vida e de luta mereceria alguns bons livros.
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Maria é o nome mais comum entre as mulheres brasileiras, a MARIA desse texto, porém, fez com que sua vida tivesse grandes diferenciais. Nasceu no sertão do Rio Grande do Norte e viveu boa parte de sua vida no estado de São Paulo. Em tudo demonstrou excelência, como irmã, filha, esposa e principalmente na qualidade de mãe que criou seus dez filhos com a dignidade de uma verdadeira líder, empreendedora, filósofa e, por que não dizer professora, aliás, a melhor que tive e que conheci em toda a minha vida. Apesar da pouca escolaridade MARIA possuía muita sabedoria e soube com cautela e maestria libertar-se de sua caverna da ignorância sem nunca ter lido Platão e o seu Mito da Caverna. Gostava de ler, era paciente para falar, ensinar, aconselhar e suas habilidades culinárias eram notáveis, pois tudo o que imaginarmos de comida ela sabia preparar e muito bem. Além disso, MARIA possuía outras boas habilidades manuais, como o crochê, o tricô e o bordado, gostava de filmes, de algumas telenovelas, de histórias do rádio, da vida simples e das muitas amizades, pois era muito querida onde vivia. Apreciava as músicas de Nelson Gonçalves, Tonico e Tinoco, Ângela Maria e Luiz Gonzaga – o rei do Baião. Adorava cuidar da horta, do jardim e tinha o estranho hábito de conversar com as plantas. Até os animais recebiam sua atenção carinhosa. Acordava cedo e seus dias eram longos e bem aproveitados. Suas principais virtudes eram a criatividade, a determinação, a vontade de vencer todos os seus problemas, como os de saúde e falta de grana, tinha muita coragem e também muita fé, qualidades essas que foram passadas aos seus filhos através de exemplos fundamentados na verdade, na sinceridade, no respeito a todos e na honestidade, ou seja, MARIA nunca pediu para dizer que não estava em casa se isso não fosse verdadeiro, quando alguém batia à porta de sua casa. Marcante mesmo era seu olhar que quando dirigido a qualquer um de seus filhos expressava seus sentimentos de aprovação ou reprovação e era facilmente entendido, em ambas as situações, porém havia uma mescla de doçura e firmeza de espírito naqueles olhares de MARIA. Bons tempos em que um simples olhar materno ou mesmo paterno dispensavam palavras e castigos. Estas lembranças trazem boas recordações e muitas saudades de MARIA, minha mãe querida, de nhá MARIA esposa de seu Décio e de “dona MARIA da botinha” como era conhecida por alguns devido aos sapatos ortopédicos que utilizava por conta de uma deformidade em seus pés. A dona MARIA tão risonha e tão caridosa para todos que buscavam seus auxílios. Lembro-me das poucas vezes em que chorou na minha presença, uma dessas vezes eu participei de uma peça teatral na terceira ou quarta série e mesmo sendo criança interpretei aquele choro como lágrimas de alegria, satisfação e emoção. No início de minha adolescência ela chorou muito no dia em que meu pai partiu para a outra vida, lágrimas que MARIA derramou pela dor, saudades e despedida. Já adulto, no dia de meu casamento MARIA me abraçou e chorou lágrimas de dever cumprido e de amor materno, amor esse que lhe era farto e distribuía-o muito bem aos seus dez filhos. É doce lembrar de seus remédios caseiros e das marmitas bem preparadas para as levarmos ao trabalho no dia seguinte. É triste, porém necessário, admitir que passei a valorizar mais ainda sua admirável pessoa quando me tornei pai e quando ela cumpriu sua missão aqui na Terra. MARIA então assumiu de vez sua condição angelical e brilha mais que uma estrela, pois brilha com luz própria. Triste também saber que dei pouco valor quando a tinha ao meu lado, poderia e deveria ter feito mais por MARIA, ser menos rebelde, menos teimoso e mais compreensivo, como ela era conosco. A certeza que resta é que amo muito MARIA, de um amor puro e verdadeiro. Obrigado por tudo o que nos fez querida MÃEZINHA MARIA e esteja bem, onde estiver.
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Para os que leram esse texto e que correm atrás das coisas materiais, como dinheiro, emprego, diploma, status social e promoção procurem lembrar que isso pode ser importante, mas não pode ser comparado ao amor que os une às suas amadas mãezinhas, pois esse valor não é passível de medição porque vem da alma e do coração. Encerro desejando a todos um FELIZ DIA DAS MÃES. Podem abraçá-las, presenteá-las e beijá-las.

Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

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