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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Profissionalismo



O poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) escreveu o poema “Trabalho” com as seguintes palavras:

“Não vieste à Terra para perguntar
se Deus, vida ou morte existem ou não.
Pega a ferramenta para trabalhar
Pondo na tarefa cada pulsação.
Ferramenta tens, não procures em vão.
Saúde, fé em ti, arte eficiente,
Capacidade, poder de expressão,
Coração sensível e força da mente”

Qualquer pessoa que adota uma postura de trabalhar com profissionalismo e fazer bem feito aquilo que lhe é proposto faz jus às palavras do magnífico Pessoa – O Poeta, pois tem iniciativa, determinação, confiança em si próprio e também a exata noção de fazer sempre melhor as tarefas que resultam em benefícios para outras pessoas que se utilizarão daquilo que foi produzido. Portanto, quem quer o melhor deve fazer sempre o melhor para entregar e receber o melhor, em resumo devemos ser Profissionais com P maiúsculo e abandonar de vez a idéia da picaretagem que significa falta de profissionalismo.
Quando penso, falo ou escrevo sobre postura profissional ou profissionalismo recordo-me de uma, entre muitas histórias, capaz de nos fazer entender bem o sentido e amplitude do que realmente é profissionalismo.
Esta é a história de um sujeito que quando garoto sonhava em ser pedreiro (Quando a li o personagem não tinha nome, aqui o chamaremos de Pedro apenas para lembrar a música “PEDRO PEDREIRO” de Chico Buarque de Holanda). Ao observar como os operários dessa área trabalhavam e produziam suas obras com extrema eficácia e elegância Pedro mal completara seus 13 anos, conseguiu uma colocação como servente e foram-lhe atribuídas como principais tarefas preparar massas, transportar tijolos e encher colunas. Os anos correram e o garoto aprendeu, aperfeiçoou e se atualizou na arte de construir casas, prédios, fábricas, escolas e outras obras. Em poucos anos deixou de ser um simples servente para se tornar um hábil pedreiro e em seguida alçou a posição de mestre de obras. Destacou-se com muito brio na profissão e fora contratado por uma grande construtora onde trabalhou por quase quarenta anos descrevendo uma trajetória profissional magnífica e sem máculas. Pedro, nesse ponto da história, começa a fazer algumas reflexões importantes sobre sua vida profissional e pessoal:
É chegado o momento de me aposentar e retornar à minha terra natal, pois construí muito e não consegui construir minha própria casa para proporcionar o conforto adequado à minha própria família e o descanso necessário à minha velhice que se aproxima. Pensando assim nosso personagem dirigiu-se ao dono da companhia construtora e solicitou sua aposentadoria. Este lhe entregou o projeto da planta de uma casa que deveria ser construído em um terreno bem localizado e que pertencia à própria empresa além, é claro, da promessa em providenciar os papéis necessários para a contagem do tempo de sua aposentadoria. Saiu cabisbaixo do escritório e pensou que aquilo era injusto, pois solicitava algo pessoal e lhe era entregue mais trabalho. Pensando assim trabalhou neste novo projeto de uma maneira totalmente diferente de tudo o que fizera ao longo de toda a sua competente história profissional. Contratou profissionais, comprou materiais e dirigiu à obra sem o mínimo de critérios que costumava adotar para um trabalho dessa natureza e se o aspecto qualidade e custo fora desprezado o aspecto prazo surpreendeu, isso porque tudo foi realizado dentro de um prazo recorde, dois meses, para entregar o mais rápido possível o que lhe fora solicitado.
Assim sendo quando entregou as chaves da casa ao patrão juntamente com o desenho da planta este lhe entregou duas pastas e disse.
Muito bem Pedro, você foi um dos melhores, ou talvez o melhor, funcionário desta empresa. Por isso estou entregando sua aposentadoria a partir de hoje, com toda a sua indenização e esta outra pasta é a escritura da casa que acabaste de construir e que agora te pertence como prêmio aos seus brilhantes trabalhos prestados a essa companhia. Ou seja, aquela que deveria ser a obra construída com o máximo de esmero por ser sua própria casa foi onde Pedro desprezou todo o seu lado de bom Profissional com P maiúsculo.
Diante da história acima podemos deduzir que profissionalismo é algo que devemos usar sempre, em todos os momentos e em todos os lugares, seja no trabalho, em casa, na escola, dentro das comunidades a que pertencemos e até na rua ou no trânsito. Façamos sempre o melhor hoje e sempre para receber o que de melhor merecemos.

Paz, Saúde e Sucesso ! ! !
André Luiz Cisi

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