O Curso superior otimiza a conquista de bons empregos, ou é irrelevante?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

APRENDER FAZ BEM

Das satisfações que nós educadores experimentamos em nosso dia-a-dia, há uma que merece especial destaque: o retorno que recebemos ao final de uma aula em que a maioria ou quase todos saem nos cumprimentando pela qualidade da aula ou então por terem demonstrado entendimento naquilo que foi passado em termos de conteúdo. Além disso, ser professor implica em extrapolar os limites circunscritos da sala de aula ou mesmo da escola e também do conteúdo programático estabelecido dentro do horizonte do planejamento letivo, tudo isso porque aulas não devem ficar restritas somente aos recursos do giz, lousa e saliva (g.l.s. no melhor dos sentidos). A prática docente implica em debates, diálogos, leituras, filmes, visitas técnicas, observação, investigação e até brincadeiras, historinhas e piadas fazem parte desse show. Enfim o gosto por aprender o querer e desejar ardentemente saber cada vez mais e com melhor qualidade de informações é parte integrante desse fascinante universo que se chama magistério, ensinar ainda quer dizer que o espaço de uma aula deve ser compartilhado por todos, alunos e professor simultaneamente e não de apenas uma das partes, não é justo subtrair dos alunos aquilo que por direito lhes pertence, o sagrado direito de aprender a pensar para se transformar em um indivíduo melhor, a cada momento e em todos os dias de sua vida. Atualmente trabalho com dez classes cujos alunos são motivados, interessados e sabem exatamente o que querem em termos de informações e educação, dá gosto de ver e de viver. Hoje pela manhã, por exemplo, saí satisfeito com uma classe de Gestão de Segurança no campus Rudge da UNIBAN, em três aulas de contabilidade a participação e interação dos alunos foram intensa e altamente produtivas, diga-se de passagem, que essa classe possui um dos grupos mais interessados que conheci até hoje. A maioria dos alunos, ou talvez todos, trabalha durante a noite e madrugada, do trabalho muitos vêm direto pra aula, fato que por si só já comprova a seriedade e objetividade dos integrantes desse grupo pelo estudo. Nessa classe há um aluno que hoje conversou comigo no início do intervalo e contou uma notícia boa e outra nem tanto. A boa é que recebera uma promoção e a nem tanto é que provável ou inevitavelmente irá interromper os estudos por motivos profissionais. Givanilson é um excelente aluno na mais pura acepção da palavra, trabalha como líder de segurança e recebeu a notícia que será promovido a supervisor nos próximos dias onde trabalhará em regime de turnos de revezamento, motivo que o impede de continuar seus estudos. Talvez eu não escreveria esse texto se ele não tivesse se emocionado ao me passar a notícia lamentável.Givanilson tem 36 anos e fazia treze que estava afastado dos bancos escolares, é casado e pai de uma filha de três anos e tudo o que ele aprendeu até o momento na faculdade faz questão de enxergar aplicabilidade em sua esfera profissional. Sinceramente espero que ele consiga conciliar trabalho, estudo e vida particular, porque a exemplo da maioria dos alunos que tenho e tive até hoje ele valoriza cada centavo e cada segundo investido para sua formação acadêmica, pena que muitos que são interessados como o Givanilson são obrigados a abandonar seus sonhos e metas construídas através dos estudos enquanto muitos não valorizam o que têm e o que recebem, pertencem a esse grupo muitos jovens cujos pais fazem de tudo para proporcionar um melhor futuro a eles, mas que desprezam o que seus pais fazem e sempre fizeram em seus benefícios. Tenho certeza que o estudante aqui mencionado quando ficou sem estudar foi por motivos outros que não tem nada a ver com a apatia por aprender ou a falta de empolgação pelos estudos, a vida nos ensina a identificar quem sabe dar valor ao que tem e está sempre em busca do melhor para si e para quem deles depende de alguma forma. Sucesso Givanilson e jamais abandone o gosto que você têm por aprender. Até fora da escola continuamos a ser eternos aprendizes

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